O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, depois do de pele não melanoma, e também é uma doença que mexe muito com a autoestima feminina. Além do peso emocional do diagnóstico e de todas as dores e desconfortos causados pelo tratamento com radioterapia ou quimioterapia, a possibilidade da mastectomia (retirada da mama) parcial ou total é uma complicação que balança a autoconfiança das mulheres.

Porém, as mulheres que lutam contra o câncer de mama precisam pensar primeiro na cura e no controle da doença. Precisam encontrar forças para lutar e vencer porque viver é o mais importante. A boa notícia é que, como a maioria dos casos tem bom prognóstico, as pacientes que passam pela mastectomia têm encontrado, cada vez mais, auxílio dos cirurgiões plásticos para reconstruir os seios. Em alguns casos, a reconstrução pode ser feita juntamente com a retirada da mama.

Seja com reconstrução ou não, o mais importante é buscar um fisioterapeuta qualificado para cuidar da paciente após o procedimento. Isso porque a mastectomia é uma cirurgia que pode apresentar algumas complicações no pós-operatório e o conhecimento do profissional é muito importante para manter as funções da paciente e garantir uma recuperação adequada.

Conheça algumas das principais complicações da mastectomia

As complicações mais comuns são as dores, normalmente resolvidas com o uso de medicação e de terapia manual, e a limitação da amplitude de movimento ou limitação e redução da função do membro. Isso ocorre porque a cirurgia pode afetar o desempenho nas atividades básicas da vida diária como pentear o cabelo, varrer, estender roupa, atender ao telefone. O acompanhamento e exercícios da cinesioterapia previnem limitações funcionais e incapacidades e estimulando a saúde e o bem-estar físico, liberando movimentos articulares fisiológicos.

Linfedema

O linfedema também é uma complicação comum à essas cirurgias e consiste no acúmulo anormal de linfa nos tecidos, causando obstrução ou destruição dos vasos linfáticos. Para saber se desenvolveu linfedema, a paciente pode observar sinais como a sensação de peso nos braços, alteração da pele, vermelhidão, dor, formigamento, diminuição da flexibilidade dos movimentos. Neste caso o tratamento é a linfoterapia, uma manipulação que auxilia a esvaziar os líquidos e resíduos metabólicos e estimular a circulação linfática através de massagem nas vias linfáticas e nos linfonodos. Para este tratamento, seguimos os ensinamentos do dr Albert Leduc e da dra Angela Marxs, métodos consagrados por pesquisas na área.

Cicatrizes, fibroses e aderências

Além da cicatriz hipertrófica (confundida com a queloide), que é uma elevação da cicatriz em relação ao tecido original, podem ocorrer fibroses e aderências cicatriciais. As fibroses são formações do novo tecido cicatricial que busca preencher os espaços lesados mas, quando não reabilitado adequadamente ficam desorganizados, rígidos e sem mobilidade, tornando o aspecto da pele irregular e inestético. Quando essas fibroses levam à falta de mobilidade dos tecidos, caracterizam as aderências. Nesses casos, a terapia manual é o tratamento mais indicado para reorganizar os tecidos, de maneira a diminuir os traumas e não potencializá-los com manobras bruscas.

 

O fisioterapeuta é o profissional mais indicado e apto para realizar os tratamentos que compõem os cuidados pós-operatório da mastectomia.