Uma das maiores dúvidas de pacientes que me procuram é sobre qualo tratamento mais adequado para o pós-operatório de cirurgia plástica. A verdade é que o ideal seria uma avaliação do paciente antes mesmo de ser submetido ao procedimento cirúrgico, a fim de preparar a pele para essa intervenção. Por isso, o pré-operatório também é muito importante e pode ajudar no resultado da cirurgia.

Porém, a realidade é que poucas pessoas sabem disso e a maioria busca o fisioterapeuta próximo ao dia da cirurgia, apenas para cuidar do pós-operatório. Nesse cenário, o mais importante é saber que, em abril de 2018, a I Jornada de Fisioterapia em Cirurgia Plástica Estética e Reconstrutiva, realizada no Rio de Janeiro, reuniu fisioterapeutas e cirurgiões plásticos renomados do Brasil e foi um marco na definição da prática da fisioterapia para reabilitação pós-cirúrgica.

No evento, foram apresentados casos clínicos e estudos científicos que contraindicam as drenagens linfáticas, massagens com muita pressão, modeladoras, carboxiterapia ou o uso de aparelhos de ultrassom ou radiofrequência no pós-operatório. Além de serem opções muito limitadas para o paciente que passou por uma intervenção tão séria com extenso descolamento dos tecidos subcutâneos, ainda podem comprometer a boa cicatrização.

Terapia manual

Após uma cirurgia o foco é a reabilitação tecidual durante todas as fases de cicatrização, quando o organismo inicia esse processo com uma série de respostas defensivas para restaurar o tecido que foi lesionado. Por isso, a terapia manual tem se mostrado muito eficaz no tratamento de intervenções cirúrgicas e é o tratamento mais adequado para esse momento, tanto para prevenir como para tratar fibroses já antigas. O objetivo do fisioterapeuta é acompanhar a formação dos novos tecidos cicatriciais, favorecer a remodelação e a reorganização, garantindo a funcionalidade deste novo tecido.

Intraoperatório

Além disso, depois de uma intervenção cirúrgica, o paciente pode apresentar comprometimento respiratório e funcional, dores musculares ou articulares e dificuldade de realizar alguns movimentos, mesmo depois de meses da cirurgia. Isso ocorre devido à limitação no pós-operatório imediato, seja por dores ou pelas posturas antálgicas que precisam ser adotadas de acordo com cada cirurgia. Por isso, também indico aos meus pacientes a aplicação da bandagem no intraoperatório, técnica na qual sou pioneira em Goiás e temos tido resultados muito satisfatórios com a diminuição de inchaço, dores e desconfortos.

Seja como for, vale lembrar sempre que apenas um fisioterapeuta é o profissional apto para avaliar a função neuromioarticular do paciente, prevenir e detectar os possíveis comprometimentos e usar a abordagem certa para isso, como as mobilizações articulares e cinesioterapia.